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sexta-feira, 2 de abril de 2010

Professor José Batista


Diante de alguns problemas na educação do país e com as transformações no ensino junto com a transição de responsabilidade, vamos entrevistar a figura mais simbólica no que se refere a educação: um professor.

A entrevista de hoje é com o professor José Batista, criador do cursinho gratuito universitário em Camaçari, e outros feitos. Com 22 anos de experiência e dedicação ao ensino, Batista, assim chamado por todos, tem muita bagagem em sua carreira. Pôde presenciar de perto as transformações e mudanças de valores da sociedade educacional e tem muito a compartilhar.




AV Blog: O que é ser um professor?

Batista: É viver cada dia entre o sucesso e o insucesso. Sucesso de ver os seus educandos evoluindo na busca de novos conhecimentos para o alto desenvolvimento intelectual e existencial.Insucesso está no descaso com que a sociedade está vivenciando para busca do conhecimento atravésde uma conduta banalizante da aquisição na aprendizagem e valorizando os caminhos mais fáceis para alcançar os resultados desejados.



AV Blog: Quais são as dificuldades encontradas nessa profissão?


Batista: A falta de reconhecimento por parte da família dos educandos no que tange a participação efetiva no processo da escolaridade.



AV Blog: Ultimamente a seguinte frase está sendo dita e vista: Os profesores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem. Você concorda?


Batista: A dissimulação enfatizada nesse adágio, retrata de forma abrengente o comportamento da sociedade contemporânea em especial brasileira, que prefere viver a dissimulação de conduta em todos os seguimentos. Fingir é a melhor conduta para se defender ou alcançar resultados imerecidos.



AV Blog: Vimos hoje que a violência nas escolas cresce a cada dia. Como professor, o que fazer para minimizar?


Batista: Combater a violência tem seu início no lar. A escola pouco pode fazer para diminuir ou eliminar a violência se a família continuar isentando-se da responsabilidade para que outras instituições assumam o papel de preparar e educar os alunos para evitar a violência.



AV Blog: Já vivenciou algum tipo de violência nas escolas?


Batista: Frequentemente. Em todos os níveis, desde violência verbal, física ou moral. Isto tem sido preticamente uma conduta normal em sala de aula ou fora dela. Tudo indica que o aluno chega a escola predisposto a manifestar seu instinto violento, muitas vezes com a convivência ou importância dos pais.


AV Blog: Os pais seriam os maiores culpados desse caos?

Batista: Os maiores culpados com certeza. Eu diria culpados não, responsáveis.


AV Blog: Ainda há esperança para a educação no Brasil?

Batista: Há sim, efinal a esperança é a última que morre. Convém ressaltar que Cristo tem interesse absoluto para que a mensagem de paz seja assimilada e bem sucedida entre os homens. Na verdade Cristo na condição de educador investiu intensamente para que através do ensino, os homens pudessem aprender a ser manso e humilde de coração assim como ele foi. Certamente esta mensagem não perdeu a validade, continua oportunizando a todos os aprendizer.


AV Blog: Quantos anos tem que leciona e quais as matérias que ensina?

22 anos de ensino. Várias matérias: Português, História, Filosofia, Literatura, etc.

AV Blog: Nesses 22 anos o que mudou na educação?

Batista: A seriedade com que a educação é promovida para os educandos. Enfatiza-se mais as novidades quer sejam metodológicas, nos recursos, nas práticas, como se tentasse armazenar de forma lúdica o valor do ensina o da aprendizagem. Por outro lado esquece que a educação é sustentada pelo poder da esperança com que se desputa as pessoas para alcançar o desenvolvimento de cada e o alcance dos objetivos.

AV Blog: Qual mensagem deixaria para as pessoas que desejam e já estão nessa profissão?

Batista: A mensagem é: Pensas em ser grande no processo de transformação das pessoas e do meio que certamente irás em frente. Mas se pensas em ser tímido e pequeno cairás ao chão. A força que faz os educadores irem em frente no seu propósito é a decisão guardada em sua mente.



Obrigada Batista pela participação!



Alba Valeska






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